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Juan Martín Del Potro vai entregar o troféu do Rio Open

21 February 2025 By Rio Open
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Ex-número 3 do mundo elogia João Fonseca e lamenta não ter jogado o maior torneio da América do Sul

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O argentino Juan Martín Del Potro, ex-número 3 do mundo e campeão do US Open em 2009, chegou ao Rio Open para conhecer a estrutura do maior torneio de tênis da América do Sul e terá a honra de entregar o troféu criado por Antônio Bernardo ao campeão no domingo, no Jockey Club Brasileiro.

Del Potro concedeu entrevista nesta sexta-feira na sala de imprensa do ATP 500 carioca, citou as boas lembranças do Rio de Janeiro pela medalha olímpica de prata no Rio em 2016 e também elogiou o tenista brasileiro João Fonseca, destacando como os argentinos também o admiram.

"Muito feliz de estar no Rio. Tenho lembranças de quando joguei os Jogos Olímpicos e sempre será uma cidade muito especial em meu coração. Este torneio eu lamentavelmente nunca pude participar, era um desejo poder voltar a jogar no Rio e este ano finalmente pude vir para outras atividades", disse Del Potro.

"Vou participar de diferentes atividades, estar com patrocinadores, com pessoas, com fãs e acho que tem uma surpresa para a final e acho que vai ser um fim de semana muito bonito", completou.

Del Potro também elogiou João Fonseca, ressaltou que o sucesso do brasileiro, que espera poder ser o próximo sul-americano campeão de Grand Slam e o tanto que o tenista carioca pode ser importante para o esporte em todo o continente.

"Tem um grande jogo, um grande potencial, é incrível a velocidade da sua evolução em muito pouco tempo. Vai superando barreiras, crescendo em seu jogo fisicamente e em seu ranking e acho que essa é toda a parte positiva, também da outra parte estão a emoção, a pressão, os nervos, o crescimento e isso é muito importante para um garoto de 18 anos", afirmou.

"Quero que ele possa seguir crescendo, que seja o próximo sul-americano a ganhar um Grand Slam ou um outro argentino. Mas que o tênis sul-americano com o Fonseca e com os garotos argentinos volte a ter um peso no tênis mundial. Fonseca é como a nova estrela e acho que tem muito potencial para ser esse nome em poucos anos como bandeira do tênis da América do Sul. Quando um ganha, sempre é tudo mais fácil. Se os sul-americanos ganham muitos torneios, a ATP vai começar a olhar melhor para todo o tênis sul-americano", completou.

O tenista natural de Tandil também contou como os Jogos Olímpicos do Rio fizeram com que ele superasse a rivalidade entre Brasil e Argentina no carinho dos torcedores brasileiros e destacou que João Fonseca e Guga vivem uma situação parecida, com muitos admiradores entre os argentinos.

"Se rompeu uma barreira de Argentina e Brasil comigo depois de ter conseguido um grande torneio nos Jogos Olímpicos. Muitos fãs do Brasil começaram a me apoiar muito e eu me sentia muito querido aqui também, sem essa rivalidade que pode ter no futebol, comigo nunca tiveram, para mim é algo muito parecido agora com Fonseca, que acaba de ganhar o torneio de Buenos Aires e acho que o público argentino também o amou por seu carisma, por seu nível de jogo, como também amavam o Guga", contou.

Del Potro também lamentou jamais ter conseguido jogar o Rio Open e citou que o fato de o torneio ser disputado no saibro e não na quadra dura foi um fator importante para a ausência no maior torneio da América do Sul.

"Nesta época do ano eu jogava Delray Beach, Memphis, Roterdã, Dubai, Marselha, torneios em superfícies onde o meu jogo era melhor e obviamente estar em Dubai tendo a possibilidade de jogar no Brasil ou na Argentina era um pouco estranho para mim. Eu gostava sempre de estar perto de casa, mas a superfície eu acho que é muito importante", disse o ex-tenista.

"Um caso exemplar é o de Acapulco, que mudou do saibro para a dura e a evolução do torneio foi muito grande, passaram de ter jogadores sempre top 20, 50 e 100 a ter muitos top 10. Isso para os fãs, que compram os ingressos e querem ver os melhores do mundo, é algo ótimo. A quadra rápida não é como há 20 anos, em que o especialista no saibro era muito bom no saibro e não tão bom na quadra dura. Hoje todos jogam bem em todos os pisos", completou.

Ele ainda ressaltou que os sul-americanos conseguem criar uma atmosfera que não é igual em nenhum lugar do mundo para o tênis e isso é primordial para garantir o futuro do esporte.

"Há uma tradição do tênis e tem fãs na América do Sul que seguem o tênis que em outros lugares do mundo não tem. A paixão que tem nesse torneio, essa paixão que tem no torneio de Buenos Aires ou como Brasil, Chile e Argentina vibram a Copa Davis também, isso só acontece na América do Sul porque somos loucos, acho que isso tem que se preservar e resguardar para o futuro do tênis também", concluiu.

A final de simples do Rio Open está marcada para domingo, às 17h30, no Jockey Club Brasileiro. Nesta sexta-feira acontecem os jogos das quartas de final de simples e semifinais de duplas. No sábado serão definidos os finalistas de simples e os campeões de duplas.